Cansada de usar lenços e chapéus para esconder a falta de cabelos por conta de uma doença auto-imune, Alzira Cristian Meira Ramos, 50 anos, moradora do município de Ibitinga, localizada a 360 km de São Paulo, decidiu tomar uma atitude drástica e permanente. Ela sofre de lúpus sistêmico que, em seu caso, ataca a pele e os cabelos. Após pensar bastante no caso, ela tomou coragem e decidiu fazer uma tatuagem na cabeça, como se cabelos naturais estivessem saindo de seu couro cabeludo.
“Foi difícil por um lado porque foi muito trabalhoso, demorado. Foram quatro horas para riscar o desenho e outras seis horas para pintar. Ela quis fazer em duas sessões, foi muito corajosa”, afirmou Leandro, ressaltando que o lado sentimental da história faz com que a tatuagem se torne ainda mais dolorosa.
“Ela estava bem sensível e chorou um pouco durante as sessões. Ela estava bem pra baixo e hoje você vê que ela mudou totalmente o jeito de ser. Onde ela vai, chama atenção, ainda mais em uma cidade pequena como essa”, completou o tatuador.
Leandro afirmou ainda que chegou a duvidar que Alzira fosse fazer a tatuagem, mas que ficou surpreso quando ela confirmou a presença. “A princípio fiquei meio em dúvida, não botei muita fé. Por ela ser mais velha e pelo lugar que era (cabeça), um lugar bem sensível e por já estar sensível por conta da doença. Mas quando ela confirmou e marcou horário vi que era sério e me comprometi. Gostei muito de fazer, não pela parte profissional, mas por poder ajudá-la”.
Para ela, a tatuagem além de aumentar sua auto-estima, fez também com que sua feminilidade fosse recuperada. “Para uma mulher, perder o cabelo é como perder a feminilidade. Consegui recuperar um pouco disso, agora é menos dolorido. Fiquei exótica”, completou, aos risos.